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Por que não é possível tirar a Cidadania de Trento?‍

Por que não é possível tirar a Cidadania de Trento?

A região de Trento é uma região autônoma no norte da Itália, localizada nos Alpes italianos. 

Após a Primeira Guerra Mundial, com a divisão dos territórios, os trentinos eram considerados imigrantes pelo governo italiano, pois não conseguiam comprovar que antes habitavam ali, sendo descendentes de moradores daquela região.

A Itália não os reconhecia como italianos, e a Áustria não lhes concedia a cidadania austríaca. 

Por conta desses conflitos, leis foram aprovadas envolvendo o direito à Cidadania dos nascidos e residentes nos territórios que pertenceram ao Império Austro-Húngaro e seus descendentes.

Continue a leitura e conheça mais a problemática em torno da região de Trento, entendendo as razões pelas quais hoje não é mais possível tirar a Cidadania Trentina. 

1. A região de Trento

A região de Trento é uma região autônoma no norte da Itália, localizada nos Alpes italianos. É uma das duas regiões autônomas da Itália, juntamente com a região de Vale de Aosta. A capital e maior cidade da região é Trento.

Trento faz parte do histórico território do Tirol, que foi disputado entre a Áustria e a Itália após a Primeira Guerra Mundial. Em 1919, após um plebiscito, a parte sul do Tirol, incluindo Trento, foi anexada à Itália. A região tem uma história rica e influências culturais tanto italianas quanto alemãs.

A região de Trento é conhecida por sua beleza natural, com paisagens montanhosas, lagos alpinos e vales pitorescos. É um destino popular para atividades ao ar livre, como caminhadas, escaladas e esportes de inverno. Além disso, Trento é conhecida por sua arquitetura medieval e renascentista, bem como por suas instituições acadêmicas de renome, como a Universidade de Trento.

A economia da região é diversificada, com setores como turismo, manufatura, tecnologia da informação, serviços financeiros e pesquisa científica desempenhando um papel importante. Trento também é conhecida por sua produção de vinho, especialmente os vinhos brancos da região de Trentino-Alto Ádige.

Como região autônoma, Trento tem um estatuto especial dentro da estrutura governamental italiana, com certos poderes e autonomia para tomar decisões em questões locais. Isso inclui a administração de áreas como educação, saúde, cultura e transporte.

2. A questão do pós-guerra - A Cidadania Trentina 

Após a Primeira Guerra Mundial, os trentinos eram considerados imigrantes pelo governo italiano, pois não conseguiam comprovar que antes habitavam ali, e que eram descendentes de moradores daquela região.

Era como se aquelas pessoas não tivessem cidadania alguma. A Itália não os reconhecia como italianos, e a Áustria não lhes concedia a cidadania austríaca.

Por conta dessa problemática, o Parlamento Italiano aprovou a Legge n. 379 de 14/12/2000, passando a reconhecer a cidadania italiana aos nascidos e residentes nos territórios que pertenceram ao Império Austro-Húngaro e aos seus descendentes.

Entretanto, o governo italiano determinou que a requisição da cidadania italiana pelos descendentes trentinos e demais províncias anexadas seria possível somente até 20 de dezembro de 2005. Após esta data, houve a prorrogação por mais cinco anos, cujo vencimento ocorreu em 19 de dezembro de 2010.

O Governo italiano não renovou o referido prazo, ou seja, o descendente de cidadão nascido em território antes pertencente ao Império Austro-Húngaro e anexado à Itália, e que não tenha feito seu pedido de cidadania italiana até 19 de dezembro de 2010 não poderá requerer o seu reconhecimento. 

Embora haja uma grande pressão política, bem como uma revolta e um forte apelo dos descendentes não reconhecidos, não há previsão por parte das autoridades italianas para a reabertura de reconhecimento para os descendentes trentinos.

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